sábado, 21 de novembro de 2009

Armando Trejo

Recomeçámos às 10.00h em ponto.
O mexicano Armando Trejo fez as honras da casa.
Logo pela manhã, o elogio da Palavra.
A palavra que sente, que faz, que faz sentir.
A tradição oral como espaço de desenvolvimento de competência. Desde as reuniões na ágora, da antiguidade clássica até aos conselhos tribais tão presentes na tradição pré-colombina da América Latina.
E uma versão internacional da "Sopa de Pedra" magistralmente contada.
O poder da oralidade na construção de um espaço social de proximidade, de tradição e de continuidade.
O desenvolvimento de competências colaborativas com base na partilha linguística, da diferença cultural. Os contos como forma suprema da oralidade.
Mas o que é a oralidade?
Será uma "imagem falada"?
Haver um emissor, um canal e uma mensagem não define o acto comunicacional. Através da linguagem (nomeadamente da oralidade) há expressão, expressividade, mas não, necessariamente, comunicação. Para que exista comunicação é fundamental que o receptor receba e interaja. No fundo, que "responda" perante o acto informativo.
E que a mensagem tenha nele um efeito.
Apenas oralidade não é comunicabilidade. A Expressividade é mais "comunicativa"...
Pedir para fechar os olhos e imaginar uma figura devolve um resultado diferente para cada um dos receptores. A construção do conceito é individual.
E o Armando Trejo alertou-nos também para o facto de os especialistas referirem que, entre a oralidade e expressividade, o resultado joga a favor da expressividade: se dissermos "enorme", e mostrarmos um gesto "pequeno", a "importância" da palavra dita é apenas cerca de 7% da compreensão do conceito...
Enquanto educadores temos de reflectir o espaço da expressão como fundamento da comunicação. Não basta "falar para", é necessário "falar com". E quantas vezes a falta de atenção ao "feedback" comunicacional não faz manter o desconhecimento de cada aluno, de cada caso?...
Quantas vezes um educador "demora" um ano a perceber uma dificuldade de visão ou audição?
Como ideia base que importa reflectir que oralidade não significa, necessariamente, Comunicação Oral! Há que juntar a Expressividade.
"Nunca temos uma segunda oportunidade de causar uma boa primeira impressão!"
E quando o Armando Trejo, no fim, nos perguntava se "tínhamos" mudado "com ele", a resposta é óbvia: bastante.
O dia já valeu!

1 comentário:

  1. Que pena não ter podido acompanhar esta apresentação, pois coincidiu com as minhas aulas de sábado na faculdade...

    E este o teu texto, que acabo de ler, tão cheio de emoção e de entusiasmo, faz-me mesmo perceber que perdi uma apresentação e pêras!

    Já sabes que, regressado a Lisboa, quero uma versão muuuiiito pormenorizada desta comunicação. Com a sopa da pedra incluída!

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